As doenças da Pleura, como derrame pleural (acúmulo anormal de líquido entre as camadas da pleura) e mesotelioma (um tipo de câncer que afeta a pleura), podem afetar a função pulmonar e causar sintomas como dor torácica, dificuldade respiratória e tosse. Saiba mais acompanhando o conteúdo!

O que é a Pleura?

A pleura é uma membrana serosa que reveste a superfície interna da parede torácica e os pulmões. Ela consiste em duas camadas principais: a pleura parietal e a pleura visceral.

Pleura parietal: A pleura parietal é a camada externa da pleura e está em contato direto com a parede torácica, o diafragma e o mediastino (espaço entre os pulmões). Ela é altamente inervada e sensível à dor, o que explica a sensação de dor quando há inflamação ou irritação da pleura.

Pleura visceral: A pleura visceral é a camada interna da pleura e está em contato direto com a superfície externa dos pulmões. Ela acompanha os contornos dos pulmões e se estende nas fissuras pulmonares, mantendo os pulmões em posição dentro da cavidade torácica.

Entre as duas camadas da pleura, há uma pequena quantidade de líquido pleural que atua como um lubrificante, permitindo que as camadas deslizem suavemente uma sobre a outra durante a respiração.

A função principal da pleura é fornecer uma superfície lisa e deslizante para facilitar o movimento dos pulmões durante a respiração. Ela também ajuda a manter os pulmões em posição adequada dentro da cavidade torácica e fornece uma barreira protetora contra infecções e lesões.

Quais as principais doenças que acometem a Pleura?

Saiba quais as principais patologias que podem acometer a PLEURA:

Empiema pleural

O empiema pleural, também conhecido como derrame pleural purulento, é uma complicação grave da infecção pulmonar em que ocorre acúmulo de pus no espaço entre as camadas da pleura, chamado de cavidade pleural. Geralmente, o empiema pleural é causado por uma infecção bacteriana, como pneumonia bacteriana, pneumonia por aspiração ou infecção pós-operatória.

Os principais sintomas do empiema pleural incluem:

  • Dor torácica: A dor é geralmente intensa e pode piorar com a respiração profunda ou tosse.
  • Febre: A presença de febre é comum e pode ser alta.
  • Tosse produtiva: Pode haver tosse com expectoração purulenta (pus).
  • Dificuldade respiratória: À medida que o empiema progride, a dificuldade respiratória pode se desenvolver devido à limitação da expansão pulmonar.
  • Mal-estar geral e fadiga: Os sintomas sistêmicos, como fadiga, fraqueza e perda de apetite, podem estar presentes.

O diagnóstico do empiema pleural é baseado na avaliação clínica, exames de imagem, como radiografia ou tomografia computadorizada do tórax, e na análise do líquido pleural obtido por meio de uma punção pleural, que revela a presença de pus. Em alguns casos, pode ser necessária uma drenagem torácica para aliviar os sintomas e remover o pus acumulado.

O tratamento do empiema pleural envolve a administração de antibióticos intravenosos para tratar a infecção subjacente e a drenagem adequada do líquido purulento da cavidade pleural. A drenagem pode ser realizada por meio de uma drenagem torácica (tubo inserido na cavidade pleural) ou por meio de procedimentos cirúrgicos, como decorticação pleural, que envolve a remoção do tecido inflamado e fibrótico da pleura.

O acompanhamento médico é necessário para monitorar a resposta ao tratamento, garantir o completo esvaziamento da cavidade pleural e prevenir a recorrência da infecção.

Derrame pleural

O derrame pleural é a acumulação anormal de líquido na cavidade pleural, que é o espaço entre as camadas da pleura, a membrana que reveste os pulmões e a parede torácica. O derrame pleural pode ter diversas causas, como infecções, inflamações, traumatismos, doenças pulmonares, insuficiência cardíaca e câncer. Existem dois tipos principais de derrame pleural:

  • Derrame pleural transudativo: Nesse tipo de derrame, o líquido acumulado na cavidade pleural é um transudato, ou seja, é um líquido claro e com baixa concentração de proteínas. Geralmente, ocorre devido a alterações na pressão hidrostática ou na pressão oncótica nos vasos sanguíneos dos pulmões. As causas comuns de derrame pleural transudativo incluem insuficiência cardíaca congestiva, doença hepática, insuficiência renal e síndrome nefrótica.
  • Derrame pleural exsudativo: Nesse tipo de derrame, o líquido acumulado na cavidade pleural é um exsudato, ou seja, é um líquido rico em proteínas e células inflamatórias. Geralmente, ocorre devido a processos inflamatórios, como infecções pulmonares, pneumonia bacteriana ou viral, tuberculose, câncer de pulmão, mesotelioma, entre outros. O derrame pleural exsudativo também pode ser causado por doenças autoimunes, como artrite reumatoide ou lúpus eritematoso sistêmico.

Os sintomas do derrame pleural podem variar dependendo da quantidade de líquido acumulado e da causa subjacente. Os sintomas comuns incluem:

  • Dor torácica: Pode ser leve a intensa, podendo piorar com a respiração profunda ou tosse.
  • Dificuldade respiratória: Pode ocorrer falta de ar ou respiração rápida.
  • Tosse: Pode estar presente, especialmente se houver irritação pleural.
  • Fraqueza e fadiga: Podem ocorrer em casos de derrame pleural extenso.

O diagnóstico do derrame pleural é baseado em exames clínicos, histórico médico, exame físico e exames complementares, como radiografia de tórax, ultrassonografia, tomografia computadorizada ou toracocentese (remoção de uma amostra do líquido pleural para análise). A análise do líquido pleural é especialmente importante para determinar a causa subjacente do derrame.

O tratamento do derrame pleural depende da causa subjacente. Em alguns casos, o derrame pode ser reabsorvido espontaneamente com o tratamento da condição subjacente. No entanto, em casos sintomáticos ou com grande acúmulo de líquido, pode ser necessária a drenagem do derrame pleural por meio de toracocentese ou colocação de um dreno torácico. Em situações mais graves ou recorrentes, podem ser considerados outros procedimentos, como pleurodese (ligação das camadas pleurais para evitar a recorrência do derrame) ou cirurgia torácica.

Pneumotórax

Pneumotórax é uma condição em que ocorre a presença de ar na cavidade pleural, o espaço entre as camadas da pleura que revestem os pulmões e a parede torácica. Esse acúmulo de ar pode levar ao colapso parcial ou total do pulmão afetado, interferindo na capacidade respiratória adequada.

Existem diferentes tipos de pneumotórax:

  • Pneumotórax espontâneo: Ocorre sem causa aparente, geralmente devido a uma ruptura na superfície do pulmão, permitindo a entrada de ar na cavidade pleural. Pode ser subdividido em:
    a) Pneumotórax espontâneo primário: Acontece em pessoas sem doença pulmonar pré-existente.
    b) Pneumotórax espontâneo secundário: Ocorre em pessoas com doenças pulmonares subjacentes, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, tuberculose pulmonar, fibrose cística ou pneumonia.
  • Pneumotórax traumático: É causado por lesões ou traumas no tórax, como acidentes automobilísticos, quedas ou ferimentos por arma de fogo.
  • Pneumotórax iatrogênico: Resulta de procedimentos médicos, como biópsias pulmonares, inserção de cateteres ou ventilação mecânica.

Os sintomas do pneumotórax podem variar dependendo da extensão do colapso pulmonar, mas podem incluir:

  • Dor súbita e aguda no peito, que pode piorar com a respiração profunda ou a tosse.
  • Dificuldade respiratória e respiração rápida.
  • Ansiedade e sensação de sufocamento.
  • Tosse seca.
  • Cianose (coloração azulada da pele e dos lábios) em casos mais graves.

O diagnóstico de pneumotórax é baseado na avaliação clínica, história médica e exames de imagem, como radiografia de tórax ou tomografia computadorizada. Em alguns casos, uma toracocentese (remoção de ar ou líquido da cavidade pleural) pode ser realizada para confirmar o diagnóstico e aliviar os sintomas.

O tratamento do pneumotórax depende do tamanho do colapso pulmonar e da presença de sintomas. As opções de tratamento podem incluir:

  • Observação: Para pneumotórax pequenos e assintomáticos, pode-se optar pela simples observação sem intervenção imediata, apenas com monitoramento.
  • Drenagem do ar: Em casos sintomáticos ou com pneumotórax de tamanho significativo, pode ser necessária a inserção de um tubo torácico (dreno) para drenar o ar acumulado na cavidade pleural.
  • Procedimentos cirúrgicos: Em casos recorrentes ou em situações mais graves, pode ser considerada a realização de cirurgia torácica para reparar a ruptura pulmonar, como a realização de uma pleurodese (ligação das camadas pleurais) ou uma ressecção do pulmão afetado (em casos de pneumotórax recorrente).

O acompanhamento médico é essencial para garantir a recuperação adequada e evitar recorrências. Em alguns casos, recomenda-se evitar atividades que possam aumentar o risco de pneumotórax, como mergulho ou voos em altitudes elevadas.

Se ocorrerem sintomas de pneumotórax, é importante buscar atendimento médico imediato, pois o pneumotórax pode ser uma condição grave e potencialmente com risco de vida.

Tumores benigno e malignos de Pleura

Existem diferentes tipos de tumores que podem afetar a pleura, sendo classificados em benignos e malignos.

Confira os tumores benignos da pleura:

  • Tumor Solitário Fibroso: É o tumor benigno mais comum da pleura. Geralmente cresce lentamente e pode se originar das camadas da pleura. É mais comum em pessoas entre 40 e 70 anos e, na maioria dos casos, é assintomático.
  • Hemangioma: É um tumor raro que se desenvolve a partir dos vasos sanguíneos. Geralmente é assintomático e descoberto incidentalmente em exames de imagem.
  • Adenoma Pleural: É um tumor raro que se desenvolve a partir das células das glândulas da pleura. Geralmente é assintomático e pode ser descoberto incidentalmente em exames de imagem.

Confira os tumores malignos da pleura:

  • Mesotelioma Pleural: É um tipo de câncer de pleura maligno e agressivo. A maioria dos casos de mesotelioma pleural está relacionada à exposição prévia ao amianto. Os sintomas incluem dor torácica, dificuldade respiratória, perda de peso, fadiga e tosse persistente.
  • Carcinoma Pulmonar Metastático: O câncer de pulmão pode se espalhar para a pleura, resultando em tumores malignos na pleura. Os sintomas e características do câncer de pulmão primário estarão presentes.
  • Sarcoma Pleural: É um tipo raro de câncer que se origina nas células do tecido conjuntivo da pleura. Pode causar sintomas como dor torácica, tosse, dificuldade respiratória e fadiga.
  • Tumores Metastáticos: Cânceres originados de outras partes do corpo podem se espalhar para a pleura. Os sintomas e características do câncer primário estarão presentes.

O diagnóstico dos tumores de pleura é realizado por meio de exames de imagem, como radiografia de tórax, tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM). A confirmação definitiva é obtida por meio de uma biópsia do tecido pleural, geralmente realizada por toracoscopia ou por meio de uma punção pleural.

O tratamento dos tumores de pleura depende do tipo de tumor, estágio da doença, saúde geral do paciente e outros fatores. As opções de tratamento podem incluir cirurgia para remoção do tumor, quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia, dependendo do caso.

É importante ressaltar que o tratamento e o prognóstico dos tumores de pleura variam de acordo com o tipo e estágio da doença. O acompanhamento e a orientação de um médico especialista em cirurgia torácica são essenciais para determinar a melhor abordagem de tratamento e fornecer informações mais detalhadas sobre cada tipo de tumor.

O Dr. Eudes Carvalho é cirurgião torácico e realiza o diagnóstico e tratamento de doenças que afetam a Pleura, trabalhando com dedicação e empenho no suporte ao paciente. Entre em contato e agende a sua consulta!